segunda-feira, 9 de junho de 2008

Jogo de interesses

Caros. vejam matéria muito interessante publicada no jornal O povo de domingo, 08 de junho de 2008. caderno Politica. O jogo de interesses reflete um " toma lá da cá" do sistema politico brasileiro.
Quem quiser uma boa discussão sobre o assunto poder ler os textos de José de Souza Martins no livro O poder do Atraso.

Política
JOGO DE INTERESSES
Apoio em coligações vira moeda de troca
Nas eleições, o apoio partidário tem como pano de fundo a troca de benefícios em pleitos futuros e a distribuição de cargos, o que tornam os critérios para alianças ainda mais subjetivos



Elas não têm função direta no voto dos eleitores de Fortaleza, mas são as alianças que garantem a estrutura política, partidária e financeira para engatar as candidaturas. Um dos principais cabeças do arco de aliança de Luizianne Lins (PT) pela reeleição em Fortaleza, o presidente estadual do PMDB, Eunício Oliveira, sustenta que a opção pelo apoio à petista vem desde 2004, na primeira campanha da atual prefeita. Mesmo que o partido tenha saído com candidato próprio, Aloísio Carvalho, e, no segundo turno, a chapa petista tenha declarado rejeição à adesão peemedebista. O motivo do confronto com a petista, quatro anos atrás, segundo Eunício, teria sido o ex-prefeito Juraci Magalhães (então PMDB, hoje PR). "Nós tínhamos o partido comandado pelo ex-prefeito Juraci Magalhães. Apoiei Aloísio por uma questão partidária. Ele (Juraci) lançou um candidato, mas o abandonou no meio do caminho. Em função desse abandono, ele foi obrigado a deixar o PMDB, que já apoiava o presidente Lula", explicou Eunício. A rivalidade de 2004 gerou o distanciamento do PMDB dos cargos administrativos da Prefeitura. Este ano promete ser diferente, caso Luizianne se reeleja. "Neste primeiro mandato, o PMDB não tinha legitimidade para participar, mas agora o partido está apoiando Luizianne", destaca Eunício. "Não há nenhuma insatisfação. Pelo contrário. Não apoiamos pelo projeto de poder, mas pelo projeto para Fortaleza. Não fiz acordo para isso ou aquilo", garantiu Eunício, que, mesmo afirmando isso, fechou acordo com o PT pelo apoio à sua candidatura ao Senado Federal em 2010. "Nós não discutimos nenhuma participação no governo, mas sim no campo da política. Em 2010, o PMDB quer a contrapartida do apoio na chapa majoritária. Foi uma discussão programática, não pragmática", assegura o peemedebista. Âmbito nacional O secretário-geral do PT, Antônio Carlos de Freitas, destacou que a coligação pela reeleição petista está pautada nas relações políticas do partido em âmbito nacional. "Não é uma aliança baseada em interesses menores ou locais. Alianças que se dão dentro da política paroquial: 'eu te apóio aqui, você me apóia ali'. Não temos uma pretensão meramente hegemonista", argumentou Antônio. O petista garante que a composição com o PMDB, assim como com demais partidos que fizeram oposição ao PT nas eleições passadas, sofreu modificações internas, aproximando-se das orientações petistas nas eleições. "O PMDB participa do governo Lula, dá sustentação na Câmara Federal e isso teve influência nas composições locais". (Marcela Belchior)
Link: http://www.opovo.com.br/opovo/politica/794948.html

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